Wednesday, March 01, 2006

Das janelas vejo longas árvores secas e tristes. E olho para dentro do apartamento, preciso ligar o aquecimento pois está ficando frio. Ligo e logo penso que o ar seco que faz meu nariz sangrar todos os dias vai acabar ficando mais seco ainda. São meio-dia, mas sinto como se fossem 9 da manhã - o silêncio (que temo que vá durar o dia todo) e o clima são sempre os mesmos.

Hoje corri pela manhã. É um jeito de conhecer a vizinhança, ficar menos perdida, me localizar mais. Casas e mais casas com carros idênticos nas garagens e ninguém por perto. Um condomínio fantasma? O vento frio deixou as maçãs do meu rosto vermelhas, um cachorro latiu de uma janela - enfim um ser vivo além de mim! - e vim correndo (literalmente) para casa.

Fazendo das palavras de Rubem Alves as minhas "É preciso muito pouco. A alegria está muito próxima. Mora no momento. Nós a perdemos porque pensamos que ela virá no futuro, depois que algum evendo portentoso que mudará a nossa vida. Mas vida: o que é isso?"