Wednesday, December 19, 2007


Evicted!

Desde que chegamos aqui (há 3 meses), toda vez que passávamos pelo primeiro andar víamos um "eviction note" numa das portas. Nós sempre comentávamos "por que será que as pessoas que moram aí não tiram esse note?" Deve ser um tanto vergonhoso ser evicted, acho que todo mundo concorda. Hoje voltei do Food and Friends e vi um monte de gente reunida na frente da minha janela do quarto, em volta de uma pilha de coisas. Era como se a CIA ou o FBI, não sei qual faz esse tipo de serviço, tivesse entrado numa casa até bonitinha e vasculhado por documentos ou provas substanciais de alguma coisa. E no fim, de raiva de não terem encontrado nada, tivessem jogado tudo porta afora, de qualquer jeito mesmo, baixelas de cozinha em cima do colchão, almofadas e filmes na grama, documentos ao vento. Vizinhos e transeuntes se divertiam escolhendo as tralhas novas (presentes de natal?), carros paravam e enchiam o porta-malas, tudo milimetricamente calculado pra caber o máximo de coisas possível. Não aguentei, fui no escritório do prédio e perguntei "que fuzarca é essa?" pra ouvir um "don't you worry ma'am, everything will be sparkling clean in the morning". Quer dizer que vai ter um caminhão de lixo ligado em frente à minha janela a noite toda? Que direito essas pessoas têm de jogar todos os bens de uma família (inclusive o carrinho do bebê) na rua, a Deus dará? Bem, admito que algum direito eles devem ter, do contrário não teriam feito isso. Conversando com o Girino, questionei: "será que o dono do apartamento foi deportado? Será que a família toda esta presa em Guantánamo? Ou morreu num acidente aéreo???? Nuca se sabe!", e por fim, a sábia resposta: "se morreu todo mundo, é bom que as coisas dele foram úteis --se ele estiver en guantánamo, ele processa o governo quando sair e fica rico, nao precisa de nada dali". E viva o pragmatismo masculino! Quando mudei de idéia a respeito da história, o secador de alface (o único item da pilha que tinha me atraído) já tinha ido embora. Quem mandou refletir tanto?

Monday, December 17, 2007

Novo Blog

Numa tentativa de não me esquecer mais do número dos pontos, cor das linhas e tempo gasto num projeto (como o meu cachecol na foto), resolvi "blogar" tudo que tenho feito com minhas linhas e agulhas. Se estiver morrendo de curiosidade, dê uma olhadinha no fantástico Slow Knitter!!

Assando Cookies no Fim de Semana

Sexta passada fomos nesse indiano ótimo, indicado por uma colega de trabalho do Michael. Primeiro, o ambiance do lugar é perfeito, tapeçarias lindas nas paredes e almofadas, almofadas, almofadas! Depois, um telão no meio do restaurante fica exibindo video clips de música indiana, todos estrelando artistas de Bolywood que dublam as músicas e fazem coreografias absurdamente adolescentes. Aparentemente os indianos gostam. E nós também. Nós ficamos um recorde de quase 4 horas neste restaurante, de tão entretidos que estávamos com os filmes. Claro que o garçon vir lavar nossas mãos com água morna, uma comida gostosa (que comemos com as mãos) e um show de dança do ventre (o qual a platéia americana acompanhou muito bem) também nos mantiveram ocupados. Quando pedimos a conta descobrimos que nossa segunda sobremesa estava a caminho. Ai que delícia! Adorei mesmo.

Sábado passamos o dia praticamente todo em casa assando cookies natalinos com uma amiga. A idéia inicial era assar um número suficientes de cookies para embalar (eu já tinha até as embalagens na cabeça) e depois dar para nossos conhecidos de presente. Acabou que não deu tão certo assim. Para começar, o glazing (que é o que desenha e colore os biscoitos) que compramos - por termos preguiça de fazer nosso próprio - vazou todo quando assamos os biscoitos. Ou seja: os cookies amanteigados ficaram bem feinhos... Além disso, a massa do amanteigado era muito molenga, dificultando bastante transferi-los pras formas de assar... mas como dizia a música, as aparências enganam e nós já comemos todos, sem excessão (haja esteira depois!). Fizemos também cookies de chocolate chips e gengibre. Esses ficaram MARAVILHOSOS pois os chocolate chips eram de chocolate meio amargo, que amamos.


Fizemos muitos, cerca de 50. E estes também acabaram. Conclusão? Biscoitos são muito gostosos, mas além de dar um certo trabalho, nunca sobram para dar de presente. E o que é pior, como diz o ditado: "a minute on your lips, the rest of your life on your hips".

Friday, December 07, 2007


Semana passada, conversando com uma amiga, resolvi desabafar e confessar meu estranhamento em relação a uma nova amiga iraniana. Meu estranhamento estava todo relacionado em primeiro lugar, obviamente, à minha ignorância; em segundo lugar, estranhava uma moça de 23 anos com um véu na cabeça, blusas de manga comprida, tapada (literalmente) dos pés à cabeça. E questionei (ainda na conversa via google chat com minha amiga) até o (mau?) gosto da iraniana, em querer ser nossa amiga, dado o background judaico e toda cultura sionista do Michael. "Ela gosta de você porquê você é legal", minha amiga falou. E me recomendou um livro, Persépolis, de Marjane Satrapi.

No mesmo dia, comprei o livro na Amazon e graças à eficiência do sistema de correios norte americano, o recebi no dia seguinte. A primeira sensação que temos, quando lendo Persépolis, é uma necessidade incontrolável de não parar de ler, seguida de um apaixonamento inevitável pela personagem principal, ela mesma, Marjane Satrapi. Filha de pais marxistas, bisneta de um dos últimos shahs do Irã, Marjani por lá nasceu e cresceu em meio à crescente opressão das liberdades civis em consequência da revolução cultural. Sua visão infantil (e depois adolescente rebelde) dos acontecimentos é no mínimo emocionante. As ilustrações, sempre num fundo preto, são simples e lindas. Persépolis é uma pérola que me tirou da total e completa ignorância: há mais na Pérsia que meros tapetes.

Wednesday, December 05, 2007



" Sleigh bells ring, are you listening,
In the lane, snow is glistening
A beautiful sight,
We're happy tonight.
Walking in a winter wonderland. "

Tuesday, December 04, 2007


O fim do ano finalmente chegou! Na verdade, esse ano voou! Parece que foi ontem que o Michael foi para a China, que eu fiz os exames de Cambridge, que estávamos arrumando a mudança para cá. Aliás, acho que a mudança fez com que o tempo passasse mais rápido... Quando mudo de casa entro num limbo mental, esqueço de tudo em volta (mesmo porque a bagunça me deixa meio absent minded, acho péssimo ver tudo fora do lugar e ainda assim ter que cumprir com minhas obrigações rotineiras) e acabo só voltando ao normal daí a alguns meses. Ontem organizei os armários (confesso que quando chegamos só queríamos nos livrar das caixas que entulhavam o apartamento, então fomos colocando tudo nos armários para "depois" organizar -- esse "depois" foi ontem) de forma mais prática e conveniente.

O dia todo arrumando coisas, trocando roupas, sapatos e malas de lugar, uma soneca no meio da tarde para repor as energias porque ninguém é de ferro, 60 minutos na esteira, volto pra casa e termino de organizar o armário do quarto. Depois de preparar o jantar (e comer), minha arrumação terminou na Container Store, onde comprei recipientes para abrigar todas toucas, cachecóis e luvas que acumulamos no Canadá. No meio da noite escutamos um barulho na sala... o Muffin (que tinha dormido o dia inteirinho) estava levando todos os cobertores dele para lá e colocando dentro de uma sacola abandonada (propositalmente para ele brincar - coisas de quem tem furão). De manhã encontramos ele dormindo todo enrolado (com frio) em cima de um tapete. Vai entender!

PS: acho que esse pano de prato (na foto) resume tanto minha vida...

Thursday, November 29, 2007

Eficiência Enfim

Esta manhã fui ao MVA marcar meu exame de direção e saí de lá com a carteira de motorista na mão (muito semelhante à carteira acima, mas a verdadeira tem o desenho de um caranguejo (!?!) no canto superior direito, e obviamente a minha foto e os meus dados ao invés dos do cachorrinho!). Fiquei chocada por dois motivos: o primeiro, descrito no post abaixo, é que o MVA daqui costumava ser lento e xenofóbico e mudou completamente de um ano para cá. O segundo motivo: departamentos de trânsito são lentos em qualquer lugar do mundo, mas esse aqui é tão eficiente que chega a ser assustador. Aí vai a prova de que uma vez que a máquina esteja a seu favor, o MVA de Gaithesburg, Maryland, é o mais eficiente que meus lindos olhos já presenciaram:

1 - Chegamos no estacionamento às 8:50 am;
2 - Pego a senha imediatamente depois de entrar no MVA e imediatamente depois de olhar o número da minha senha, olho para o monitor e ela já havia sido chamada (UAU! isso nunca tinha me acontecido!);
3 - O atendente simpatiquinho puxou meu arquivo no computador, xerocou a tradução da minha certidão de casamento e me mandou para a salinha onde se faz o exame de legislação;
4 - Chegando lá (não tinha fila), me mandaram para um computador que já tinha meu nome na tela. Fiz o teste (até dificinho) e passei. Me mandaram para o guichê onde se marca os exames de direção;
5 - Neste guichê, tinham 2 pessoas na minha frente na fila, esperei 5 minutos e fui atendida. Pergutei se podia fazer o exame naquela hora e ela falou que sim (!!!);
6 - O Michael colocou o carro na faixa onde começava o exame, esperamos 2 minutos pelo examinador, fiz o teste num pátio, passei e voltei para dentro do MVA;
7 - Peguei uma senha e fui chamada em 1 minuto. A moça pegou minha carteira canadense, destruiu, perguntou como eu queria pagar a taxa de 45 dólares e eu quis pagar com débito. Foi aí que mais demorou: a máquina dela travou e eu tive que esperar um tempão até voltar. Paguei em dinheiro para acelerar o processo, ela imprimiu a carteira na hora.
8 - Hora de saída do estacionamento: 10:35.

Monday, November 26, 2007

O ônus do bônus

A tia-avó do Michael fala que tudo na vida tem o ônus e o bônus. O bônus do momento é o carro novo que compramos. O ônus (além do valor do seguro, da gasolina que só sobe etc., etc.) para mim é que vou ter que tirar outra carteira de motorista. Bem, ano passado - quando morávamos aqui - foi uma novela tentar tirar a carteira. Maryland estava então no auge do xenofobismo: estrangeiros não só tinham que apresentar dois comprovantes de residência e identidade, como também tinham que enfileirar fora do MVA (Motor Vehicle Administration) de madrugada, no frio, a noite toda, pois somente as primeiras 20 pessoas a chegarem eram atendidas (nós inclusive tínhamos fotos de uma dessas madrugadas postadas no site do Michael, mas as fotos me faziam me sentir mal, então apaguei.). A polícia, quando via as pessoas se enfileirando, mandava todo mundo ir embora com o cacetete, ameaçando prender. Então ficávamos entre a cruz (de esperar em pé no frio a madrugada toda) e a caldeirinha (o xadrez!) e ninguém estava nem aí. Além disso, os funcionários do MVA (eles mesmos estrangeiros) tinham que "despachar" todos aqueles 20 antes de 8:30 da manhã - horário em que os americanos começam a chegar. Era depressivo, degradante e me fazia me sentir muito menor que qualquer outro ser (humano ou não).

Aparentemente as coisas mudaram de um ano pra cá. Eu telefonei pra eles esta manhã e uma atendente me falou que agora estrangeiros são vistos em horários normais. Porém (e aí vem outro ônus -- desta vez financeiro) porque minha carteira de motorista canadense está vencida ha 13 meses e não somente 12, eu vou ter que fazer todos os testes (legislação, visão e direção) de novo. Acontece que eu só não renovei esta carteira antes porque o sistema deles não me deixou... e aparentemente se sua carteira está vencida ha mais de um ano, você já não se lembra mais de nenhuma regra de trânsito, não enxerga bem e muito menos lembra como se dirige um carro. É o lado amargo da América.


Não, esse não é o nosso Muffinho. Um amigo me mandou esta foto juntamente com um "Feliz Thanksgiving!". Achei tão fofa que decidi compartilhar... (Mais dessas fotos no site Cute Overload.)

Friday, November 23, 2007

Speechless

Ah, não tenho palavras para descrever nosso jantar de Thanksgiving... Foi tão maravilhoso, que não sei por onde começar. Partindo do início, nossos anfitriões foram simplesmente perfeitos. A comida estava fantástica, o peru -- que eu normalmente não gosto -- estava macio e suculento e o recheio saborosíssimo. Bebi um pouco do vinho e imediatamente falei para o Michael prestar atenção no nome pois tínhamos que comprar depois... Foi quando ele disse: "olha o ano..." Ele datava de 1966 e pertencia à adega parisiense de um dos pesquisadores mais famosos do NIH -- que me explicou que somente uma em quatro garrafas desta idade envelhecem tão bem. Inesquecível.

Tuesday, November 20, 2007



Amo esta receita!











(os tomates estão no meio das outras delícias do jantar de thanksgiving...)

(Também do Simple to Spectacular). Além de ser muito fácil de fazer, ela é linda e deliciosa e serve tanto de acompanhamento quanto como prato principal (aqui em casa é sempre principal!). Eles são mais gostosos quentinhos, então não é uma boa fazer de véspera. Vou preparar estes tomates para o jantar de Thanksgiving, dia 22. Não vejo a hora de comer de novo!

(Bem, os tomates da foto não são da receita original -- estes são recheados de queijo e não são tão bonitos quanto o da receita a seguir!-- mas achei que enquanto eu não tiro uma foto dos meus, seria uma boa ter uma foto só para dar idéia de como eles ficam...)

Roast Tomatoes Stuffed with Bitter Greens

4 tomates firmes mas maduros
sal e pimenta do reino moída na hora
1/4 xícara de azeite de oliva extra-virgem
1/2 xícara de cebolinha picada
2 colheres de sopa de cebola bem picadinha
cerca de 4 xícaras de uma mescla de vegetais amargos: rúcula, radicchio, dandelion etc. (eu uso somente rúcula e ainda assim fica divino)
1/3 xícara de queijo de cabra fresco macio (eu já usei feta e também ficou ótimo)
2 colheres de sopa de balsâmico ou sherry vinegar

1 - Aqueça o forno a 450 graus F. Corte cerca de meio centímetro (ou um pouco mais) da "tampa" de cada tomate (a parte de cima) e guarde esses pedaços. Use uma colher para tirar o recheio do tomate (sementes e líquido), deixando somente uma parede de cerca de 0.7 cm (quanto mais fino mais chic, mas também mais fácil de estragar o tomate... então é melhor não se preocupar com a espessura deles). Tempere o interior dos tomates com sal e pimenta. Jogue fora as partes duras do tomate que você retirou bem como as sementes, mas guarde a polpa do tomate. * Dica: para que eles fiquem em pezinho na assadeira, corte a base deles (bem fininho pra não vazar o recheio), o suficiente para eles ficarem em pé.

2 - Coloque 2 colheres de sopa de azeite numa frigideira grande e coloque sobre fogo médio. Adicione as cebolas e cebolinhas juntamente com uma boa pitada de sal e cozinhe mexendo por cerca de 3 minutos, até elas ficarem molinhas e translúcidas. Adicione os vegetais e cozinhe por um minuto ou dois (até eles murcharem). Tire da frigideira e deixe esfriar um pouco.

3 - Junte os vegetais com a polpa de tomate. Adicione sal e pimenta a gosto. Recheie os tomates até a metade (eu uso uma colher média, das de sobremesa) e depois coloque 1/4 do queijo de cabra em cada tomate. Termine de rechear os tomates com o resto de vergetais e coloque as "tampas" de volta nos tomates.

4 - Coloque 1 colher de sopa de azeite numa assadeira, coloque os tomates (deixe um espacinho entre um e outro) e regue-os com outra colher de sopa de azeite. Coloque sal e pimenta sobre tudo e coloque no forno para assar por cerca de 30 a 40 minutos (normalmente 30 minutos), até que os tomates estejam enrugadinhos e que o recheio esteja quente (tente fazer o teste do garfo no recheio... se estiver quente, está pronto).

5 - (Este passo é importante pois dá um kick na receita) Transfira os tomates para um prato e coloque a assadeira sobre fogo alto. Adicione o vinagre e cozinhe por 15 segundos. Regue os tomates com este suco e sirva.
Happy Thanksgiving

Tenho muito a agradecer! Primeiro, a agradeço a Deus pelo Danilo (o técnico mega-ultra eficiente e gente-fina do prédio) que acabou de consertar a minha lareira. Ah, eu sempre quis ter uma lareira, que delícia! Segundo, por poder conversar com minha querida mamãe todos os dias e ainda por cima grátis pelo Skype. Isso realmente não tem preço. Tem tantas outras coisas: o Muffin estar super saudável é um alívio constante. O Michael estar satisfeito no trabalho -- mesmo tendo um chefinho meio gagá -- também é fantástico; o fato de o meu voluntariado começar (finalmente) dia 28 e de a pessoa no telefone ter gritado de alegria quando eu disse que queria trabalhar toda quarta-feira à tarde, também me faz querer dar graças. O jantar de thanksgiving na casa do Mark e DeAndra (onde vou levar a minha receita vegetariana favorita -- a receita está no post acima) me faz muito feliz por termos amigos tão especiais. E pode soar bobo, mas o fato de o clicker training do Muffin estar se mostrando um sucesso é um motivo para agradecer... nem sei porque comprei tantos carpet stain removers nas últimas compras (juro que subestimei a capacidade dele, tadinho!).

Enfim, este ano tem sido um ano de mudanças, reviravoltas e vulcões ativos. Casais de amigos se separando, outros casando (perdi 4 festas de casamento desde que cheguei aqui!), gente adicionada na agenda, outros saindo fora. Mas é sempre assim, todo ano temos que renovar e não se esquecer de agradecer, sempre. Mesmo os céticos deveriam ser gratos (à própria sorte) por terem o que têm e serem o que são.

Ontem à noite agachei para brincar com o Muffin e senti uma fisgada no pescoço. Desde então estou com dores horríveis, mal consegui dormir, mesmo tendo tomado uma "codeinazinha". Agradeço inclusive a este torcicolo incapacitante por me mostrar como é bom ter saúde e poder me movimentar do jeito que quero quase todos os dias do ano!

Saturday, November 17, 2007



Expedição

Hoje acordamos cedo e fomos para a sessão de orientação para o voluntariado na Food and Friends. Primeiro, calculamos mal o tempo que levaria para chegar lá: pensamos que uma hora seria suficiente mas a linha vermelha estava em reformas então demoramos mais de uma hora e meia. Ou seja, já na orientação pagamos o maior mico chegando mega atrasados. Nunca tínhamos ido a Fort Totem (a estação onde fica o Food and Friends), mas é interessante como é diferente da estação onde moramos (Twinbrook). Nas estações que antecedem Ford Totem já se vê pichações nos muros e casinhas e prédios mais simples. Brookland (uma antes de Fort Totem) tem um público quase que exclusivamente negro e Fort Totem não é muito diferente (apesar de que é um pouco mais variado que Brookland). Perguntamos para o station manager onde ficava a Riggs Road e ele abriu um sorriso: "vocês vão na Food and Friends?". O "galpão" onde fica a ONG é lindo. Funcional, estilo "container-pré-fabricado-ultramoderno" dá até vontade de morar dentro (no meu primeiro dia, provavelmente daqui a 10 dias, tiro fotos!). Como chegamos 40 minutos depois do horário marcado, tivemos uma sessão alternativa de 5 minutos (oba! sem ladainha) e estávamos good to go. Até que não foi tão mal negócio passar carão.

Na volta eu queria ir ao Potomac Mill Mall, que fica na ponta sul da linha azul (Franconia-Springfield), então lá fomos nós, mais 40 minutos de metrô (era longe pra xuxu!) pra chegar em Franconia. Chegando lá... os shuttles para o mall só funcionavam de segunda a sexta (será que ninguém vai em outlet nos fimdis?) e o táxi até lá saia pelo menos 40 dólares... isso encarecia qualquer compra em 80 dólares... pelo menos. É claro que voltamos. Na volta, pegamos a linha amarela pois ela dá menos voltas. Já que estávamos na amarela, resolvemos parar na U Street para comer comida étnica. Entramos num Etíope e nossa garçonete não falava uma palavra de inglês. Aí vai a reprodução do diálogo (se é que isso se define como um):

eu - how's the fish prepared?
ela - ah?
eu - is it fried or baked?
ela - yeah, big, big!
eu - no, baked or fried?
ela - fish very big!

Depois disso, desisti, resolvi apostar na sorte. Quando o peixe (frito) chegou e como em restaurante etíope não se costuma usar talheres, resolvi arriscar e pedir um par de garfo e faca para ajudar a cortar o peixe. O segundo diálogo segue:
eu - excuse me, could you bring me knife and fork, please?
ela - whaaat?
eu - you know... cutlery... to cut the fish (fazendo o movimento com as mãos)
ela - yeah, that's fish.
eu - yes, I know, I'd like to cut it! I need a knife and a fork!
ela - ah, knife.

Ficamos sem garfo mesmo. Na volta, não sei se era o cansaço ou o quê mas pegamos o trem para o sentido errado na linha amarela e fomos parar onde? Em Fort Totem, de novo! Aí tivemos que esperar mais de 20 minutos (por causa dos atrasos na linha vermelha) para pegar o trem de volta pra casa.

Thursday, November 15, 2007


Simple to Spectacular

Ont
em fiz as peras mais espetaculares do mundo. Há muito tempo o Michael comprou este livro, "Simple to Spectacular" (Jean-Georges Vongerichten & Mark Bittman) que nós nunca tínhamos usado até eu começar a dieta de glúten e começar a procurar receitas gostosas alternativas. Um dia frio quando ainda estávamos no Brasil fiz os "tomates assados com rúcula" deste livro e a receita não só era simples como também deliciosa e bonita. Então ontem procurei uma receita com peras (eu tinha comprado um monte no Costco sábado passado) e encontrei as "peras assadas com caramelo de vinho tinto". O resultado foi tão bom que não sobrou uma para contar a história... A receita (traduzida por mim!) segue:


Ingredientes:
4 peras (preferencialmente Anjou)
1 colher de sopa de manteiga, para a frigideira
1 favo de baunilha (eu não tinha, então não usei)
4 tiras de casa de limão
1 xícara + 4 colheres de chá de açúcar
suco de 1 limão
2/3 de copo de vinho tinto
1 colher de chá de vinagre balsâmico
1/4 de creme de leite fresco ou sour cream

1 - Aqueça o forno a 400 graus F. Retire as sementes das peras. Unte o fundo de uma frigideira (que possa ir ao forno) grande o sucifiente para caber as peras. Corte o favo de baunilha no sentido longitudinal e retire as sementes. Vire as peras de ponta cabeça e coloque uma tira de limão na cavidade de cada pera, juntamente com uma colher de chá de açúcar e um quarto das sementes de baunilha. Coloque as peras em pé e regue-as com o suco de limão. Cubra as peras com papel alumínio e asse por 10 minutos; elas vão enrugar um pouco, e a pele vai ficar dourada.

2 - Coloque o resto de açúcar (1 xícara) numa frigideira pesada e coloque no fogo médio. Cozinhe, balançando a frigideira e raspando os lados dela ocasionalmente (não mexa o açúcar derretido), até que o açúcar se liquifaça e fique escuro, cerca de 10 minutos. Desligue o fogo. Misture o vinho com 1/3 de copo de água. Se afaste da frigideira e adicione o líquido ao caramelo. Coloque de volta ao fogo médio e cozinhe, mexendo sempre, até o caramelo se dissolver. Despeje este líquido sobre as peras e coloque de volta no forno, desta vez descoberto, por 40 minutos.

3 - Cuidadosamente remova as peras da frigideira e coloque em 4 pratos. Cozinhe o líquido em fogo alto e reduza até que fiquem cerca de 2 colheres de sopa (eu tentei fazer isso mas queimei o líquido!!). Regue cada pera com um pouco deste xarope e 1/4 de colher de chá de vinagre balsâmico. Coloque uma colher de sopa de creme de leite fresco ou sour cream e sirva.

(Serve 4 pessoas / Leva cerca de 1 hora e não dá muito trabalho)

Monday, November 12, 2007


Bonsais no Arboretum

Esse foi um fim de semana bem agitado! A começar por sexta passada, fomos jantar na casa dos chefes do Michael, uma delícia de jantar, com pizzas preparadas pela própria Sue, tudo muito gostoso e a companhia não podia ser melhor. Sábado passamos o dia aproveitando o carro alugado - fazendo compras de supermercado e correndo pra lá e prá cá - e à noite fomos ao teatro ver a peça de um amigo da Camila, chamada "Petri Dish Circus", que só acabou no Oriental East, pra lá de meia-noite. Na volta, fomos parados pela polícia para experienciarmos, pela primeira vez na história das nossas vidas... a clemência de uma policial (que, apesar de o Michael ter virado à direita no sinal vermelho - onde tinha uma placa dizendo que isso era proibido - e de eu ter tirado o registration de dentro do carro - ou seja: tínhamos license mas não registration! Duas multas em potencial! - a oficial disse que tinha "esquecido" o bloquinho de multas em casa...). Foi simplesmente emocionante, todos no carro (os 5) bateram palmas para ela!

Ufa! Domingo de manhã cedo, logo antes de irmos ao Arboretum ver os Bonsais, caí para fora da banheira, um tombo ridículo mas mesmo assim extremamente dolorido. Então era sabão para todo lado, água também e o Muffin veio correndo ver o que tinha acontecido, mas toda vez que ele chegava perto da água, recuava assustado. Recuperada (mas cheia de hematomas), fomos no National Arboretum, um lugar muito lindo e tranquilo com jardim de ervas, bonsais centenários, lagos e paisagens maravilhosas. No passeio percebemos que o Muffin não estava muito ativo nem interessado (apesar de estar super bem agasalhado), no fim das contas descobrimos que ele estava com estresse por causa do meu tombo. O amor é mesmo lindo, não é verdade?

Friday, November 09, 2007


Não sei se o Paul Potts virou fenômeno mundial, mas estava assistindo o programa da Oprah outro dia e fiquei apaixonada pela história dele. Vale a pena ir no You Tube e conferir, o vídeo é lindo e a voz dele simplismente maravilhosa:

http://www.youtube.com/watch?v=1k08yxu57NA
Algumas diferenças cruciais...

Na última quarta-feira foi anunciada a descoberta de um esquema de corrupção no D.C. Office of Tax and Revenue, envolvendo várias pessoas e a soma de 16 milhões de dólares (ontem essa quantia subiu para $20).
O interessante é que nada disso me assombrou. A princípio, vendo o noticiário na tv, pensei: só isso? É que estou mal acostumada, as fraudes no Brasil sempre giram em torno das centenas de milhões ou alguns bilhões. Outra coisa que me matou de inveja foi a forma em que essas pessoas foram pegas: uma das cabeças do esquema (eram todos funcionários do Office of Tax and Revenue) estava depositando um cheque de 400 mil (sendo que o salário anual dela era de 80...) e o moço do banco desconfiou, uma vez que esta pessoa não conseguiu provar de onde este dinheiro estava vindo. Bastou um telefonema (do banco) para o FBI que as investigações começaram. E voilà: um bando de gente já foi parar no banco dos réus, alguns estão até exibindo aquela tornozeleira que a Paris Hilton tranformou em "fashionable" (sooo hot). Outra coisa interessantíssima foi ver o tesoureiro da cidade explicar como que ninguém tinha percebido este dinheiro desaparecer. Aqui as pessoas têm que se explicar publicamente ou então... cortam-lhe a cabeça!!

Ok, eu preciso de um "food stylist", mas aí vai a foto do pão de cranberry. Mmmm... muito gostoso!

Wednesday, November 07, 2007

The Happiness Hypothesis

Estou lendo este livro fantástico que um amigo do Michael me emprestou, que explica cientificamente porque as pessoas são felizes (ou não). Baseado em pesquisas publicadas por colegas ou por ele mesmo (o autor, Jonathan Haidt, é psicólogo social), o livro mostra o que lá no fundo as pessoas pensam de si mesmas e dos outros, quais os mecanismos que utilizamos para o auto-engano ("so convenient a thing is it to be a reasonable creature, since it enables one to find or make a reason for every thing one has a mind to do" Ben Franklin), as teorias da reciprocidade humana (sabia que damos uma gorgeta maior quando o garçon ou garçonete nos imita?) e outras coisas que ainda não li. Mas o que adorei no livro é que ele não é entediante (confesso que achei que fosse ser), e o que o faz interessante mesmo é o fato de a leitura ser fácil e divertida por conta das descrições dos experimentos. Muitos destes experimentos relacionados ao comportamento humano podem ser feitos online no Project Implicit (vamos contribuir para a pesquisa sobre o Macaco Nu!). Os experimentos são selecionados randomicamente e têm assuntos muitas vezes inesperados como "a percepção das pessoas do que é alma" (eu fiz este), racismo, grupos multiculturais ou uniculturais, e duram em média 15 minutos para fazer.
Desde que o Browninho se foi, minha mãe me fala para comprar uma almofadinha que tivesse um "coração" batendo dentro, para o Muffin não se sentir tão só (é que os dois dormiam sempre juntinhos). Agora descobri que elas existem (eu quero!) e são lindas ainda por cima! Feitas à mão, são série limitada da My Beating Heart.

Monday, November 05, 2007


Amei esse alfabeto da Inhabitat.

Fall Back


Começa uma nova semana e o horário de verão terminou por aqui. Agora estamos 3 horas atrás do horário de verão brasileiro, o que significa que as 5 da tarde já vai estar bem escuro por aqui. Sábado tivemos visitas e eu tive que usar parte das cranberrys frescas que comprei (num ímpeto) no supermercado e depois fiquei me perguntando o que fazer com elas. Primeiro, fiz cranberry sauce (água + açúcar + canela + cravo + cranberrys, quando as cranberrys estouram, estão cozidas). Como não consegui me livrar nem da metade delas, fiz pão de cranberry na máquina de pão mesmo: usei a receita do pão francês (na minha máquina, o programa 12) e como a fruta solta bastante água, fui colocando farinha até chegar no ponto certo. Ficou ótimo! Até tirei uma foto do produto final (lindo!), mas o Michael levou a câmera para a Filadélfia. Fica pra depois. O legal de cranberrys é testar se elas estão boas para o consumo. Se você solta uma na bancada da cozinha (por exemplo, mas acho que é definitivamente o melhor lugar pra fazer esse teste) e ela kica (como se escreve kica??), quer dizer que ela está ótima. Do contrário, jogue fora. Voilà!

Friday, November 02, 2007


Um sonho... Uma gingerbread house moderna e 100% comestível! Uma pena que aqui em casa não curtimos gingerbread, mas que ela é linda é.

2008

Particularmente ainda acho meio cedo, mas me encontro fazendo planos para 2008. Como sou estrangeira, tudo relativo à minha vida (estudo, trabalho) leva tempo. Primeiro, porque meu visto de trabalho ainda demora alguns meses e segundo porque qualquer curso começa na próxima primavera, se este for o caso. Já estamos em novembro, isso é ótimo, mas para quem não trabalha nem estuda e nem tem amigas para ajudarem a passar o tempo, os dias demoram a passar. Espero que isso também seja passageiro.

Todo ano faço uma lista de metas a serem atingidas. São metas subdivididas em "profissionais", "familiares", "financeiras" e "pessoais". E ao longo do ano vou conferindo (pra relembrar e tentar manter o foco) as que consegui - adoro riscar da lista! - as que ainda dão tempo e as que interessantemente, não quero mais. Então revisando as metas desse ano, vi que consegui várias: eu queria trabalhar na Cultura e de fato consegui o emprego (mas não pude aceitar pois decidimos vir para cá), o CPE, consegui perder os quilos extra que estavam me consumindo, conseguimos trocar de apartamento (tudo bem que foi uma troca radical de vizinhança!)... É muito bom fazer isso, eu recomendo.

Por fim, termino o ano tentando decidir as minhas metas para 2008; encontrar um jeito legal de preencher meus trezentos e sessenta e poucos dias de forma produtiva e instigante. Além disso, quero uma amiga pertinho, só para conversar de quando em vez; uma companhia para o Muffin - ele também merece! - e muitos papers publicados para o Michael.

*calendário de pano Lotta Jansdotter.

Thursday, November 01, 2007



O máximo esse "Flying Carpet". Encontrei enquanto passeava nos tapetes da Coliseum Shop. Não custa sonhar, não é mesmo?


Burritos grátis, ratos no banheiro

Ontem foi o "dia nacional do burrito grátis" no Chipotle. E como era também halloween, quem se dispusesse a se vestir de burrito (muita gente se enrola em papel alumínio - uma coisa linda - mas qualquer adereço - "gravatinha", "coroa", "chapéu" - também em papel alumínio resolve) ganhava um burrito inteiramente grátis, livre até de taxas. Como eu só tive um "trick or treater" ontem à noite (decepcionante, devo admitir), reservei nossos burritos online (resolvi que sou "geração wii" agora) e fomos lá buscar. A fila era gigantesca, claro, e o burrito estava ótimo, como sempre. Foi no mínimo uma experiência antropológica.

Agora para a experiência antropológica do Muffin: esta manhã ele encontrou um buraquinho no armário do banheiro. Não é bem um "buraquinho" em si, mas sim uma falha do marceneiro (ou quem quer que seja que tenha feito o armário) em colocar uma ripa de madeira do tamanho certo e acabar por deixar um espaço aberto - que ninguém que não tenha um furão seria capaz de encontrar - levando para a parte debaixo do armário (entre o fundo e o chão). De qualquer forma, saí do banho esta manhã e ouvi uns "quiquiqui" dentro do armário do banheiro. Parecia até o barulhinho que os brinquedinhos do Muffin fazem quando a gente aperta. Eu imediatamente pensei que ele tinha dado um jeito de entrar no armário e tinha resolvido guardar os brinquedos dele lá (ele é cheio de manias). De repente ouço o Muffin arranhando a madeira do armário, mas de novo, abro o armário e ele não está lá! Entrei em pânico (me senti no filme Poltergeist com meu filho preso numa outra dimensão!!) e abri todas as portas, procurando e procurando quando ouvi mais "quiquiquis" (e me dei conta que podiam ser ratos) e ele saiu correndo de dentro do buraco (só aí que eu vi onde o tal ficava). Depois de o Muffin ter saído de lá, continuei ouvindo os "quiquiqui" (provavelmente o Muffin deixou os ratos em pânico), catei o Muffin (morrendo de nojo) e saí correndo atrás do zelador!

O engraçado é que nunca encontrei cocô de rato no chão do apartamento (será que essa é uma ninhada nova?) nem nunca vi tais criaturas por aqui (será que aqui é onde eles passam a noite?). Diz a lenda que onde tem furão não tem rato (isso serve pra raposas também), logo não entendo como esses (se é que eles realmente existem) resistiram. Outra constatação é o que o Muffin não passa de um pastel, tudo que ele fez foi arregalar os olhinhos pretos e correr pra caminha dele. Ninguém merece.

~~

PS: O zelador está aqui fechando o buraco e ele jura que não tem ratos lá dentro. Tá bom então.

Wednesday, October 31, 2007


Amei este cartão! É exatamente assim que devemos nos sentir perto das pessoas que mais gostamos. Acho inclusive que deveriam lançar um destes com uma patinha, no lugar de uma das mãos, porque os animais são tão "easy to be around"...

Falando neles, hoje comprei um clicker para começar a tentar treinar o Muffin a fazer certos truques. Não que ele não seja inteligente (ele é bastante, considerando o tamanho do cérebro) mas ele definitivamente precisa de um pouco mais de ação na vida dele -- acho que talvez a mãe dele é que precise, mas vou deixar isso para o analista. Não sei porquê o clicker não pegou no Brasil. Talvez seja porque ninguém se dá o trabalho de treinar o cachorro e pouquíssimas pessoas (como João e Anita, por exemplo) fazem questão de ter um animal treinado (bem, a grande maioria nem sequer recolhe o que os cachorros fazem na rua... de repente você está andando e xi, pisei!). Eu realmente não entendo isso, bichos treinados dão tão menos trabalho! Mas enfim.

Ontem o Michael resolveu que gostaria sim de ir ao show do Caetano Veloso no próximo domingo. Pena que quando fui comprar os ingressos, já estavam sold out. Olhando para trás, eu tive mais de um mês pra comprar mas fiquei esperando pela decisão dele. Ele queria mais companhia, já que não curte tanto o Caetano assim. Mas esperei demais e acho que subestimei a fama do Caetano (ou a quantidade de brasileiros em Washington). O que quer que seja, fiquei frustrada. :-(

Tuesday, October 30, 2007

Lindo!
(http://decor8.blogspot.com)

Sunday, October 28, 2007



Versa X Scion

Ontem passamos o dia procurando carros para comprar. A princípio achamos que não iríamos precisar, mas em vista dos ocorridos nas últimas semanas, resolvemos que um carro vai nos servir bem.

A Saga

Começamos 1 da tarde ontem (sábado), olhando primeiro usados. Uns dez carros depois -- resistindo à labia do vendedor de tentar nos empurrar carros muito americanos (como os Ford Taurus e um Caliber) -- encontramos um até interessante, um Jetta 2007 com 28 mil milhas que pertencia a uma Locadora de Carros. Hummm... carros de locadora costumam vir meio "limados", como diria o Michael. Preço não tão razoável (pois o carro é europeu e tudo europeu aqui é chic), mas foi o melhor até então.

Fomos na Honda olhar os Fit e os Civic. Primeiro, os Honda depreciam muito lentamente e por isso um novo ou usado têm preços bem semelhantes (alguns usados saem até mais caros que novos, mas tudo depende do modelo -- eu particularmente prefiro os com cheirinho de carro novo!). Os Civic com os opcionais desejados estavam fora do nosso budget e o Fit era bonitinho mas caro para o que era.

A terceira parada então foi a Toyota. Lá conhecemos o Yaris e o Scion (uma divisão da Toyota -- como o Lexus -- mas voltado para um público diferente, a "geração wii", segundo eles). Adoramos o Scion XD (o vermelhinho), demos uma voltinha e ficamos bem impressionados. Talvez o ruído interno do motor tenha sido meio alto pro nosso gosto, mas o vendedor disse que era proposital... Completo, o carro tinha o mesmo preço do Jetta usado.

Quarta e última do dia: Nissan. Na Nissan vimos o Versa hatchback (o cinza acima): lindo, lembra um pouco o Estilo da Fiat. Amei, o carro não precisa de chaves (nem para abrir e nem para ligar a ignição), basta que a chave esteja próxima dele. Saímos da loja depois de 10 horas da noite, sem comprar -- não se compra carro na primeira visita.

O Financiamento

Aqui é praxis financiar bens como automóveis e imóveis. É interessante financiar as coisas para poder construir "história de crédito". Ou seja: mesmo que você possa pagar à vista, é bom financiar uma parte para os bancos verem que você é bom pagador etc e tal. Os financiamentos podem ter juros baixos ou altos, tudo vai depender de como é a sua história de crédito; se você é estudante você consegue um bom financiamento também.

Os dealers

Na Toyota os vendedores foram simpáticos e se esforçaram para nós conseguirmos juros (APR) baixos na nossa compra. Na Nissan eles ficaram nervosos com os nossos esforços em tentar abaixar os juros (+ o preço do carro pois eles decidiram cobrar 2 mil extra de ágio sobre o valor total do carro) e quando pressionados... pararam as negociações e apelaram: "go to Toyota then!"

Decisão tomada - Domingo

O Versa era o meu preferido até a má negociação com a Nissan esta tarde. A loja da Nissan (Darcars) mais parecia uma filial da máfia dos filmes da década de 70, enquanto que a Toyota era não só muito mais eficiente como também limpa nas negociações. A Nissan não aceitou encomendar um carro customizado para nós e fizeram todos esforços possíveis para nos empurrar o carro do pátio que nós explicitamente não queríamos. Além disso, o vendedor -- sabendo que não iríamos comprar o carro -- nos mandou para o financeiro com a mensagem que nós estávamos sim comprando o carro.

Conclusão

Versa montado no México, Scion montado no Japão. Mafiosos versus profissionais. Fiquei com o segundo e ainda postei um review da Nissan no Edmond's -- o site referência de preços de carros e dealers daqui.

Friday, October 26, 2007


Roooooomba!

Estávamos em Brasília com o João e a Anita em agosto e o João pediu que mandássemos um roomba pra ele quando voltássemos. "Um roomba? O que é isso?". "É aquele robô que limpa o chão pra você!". Quando chegamos no novo apartamento, muito bonitinho e agradável, constatamos a triste realidade: os armários eram tão pequenos, mal cabiam as roupas (as malas tiveram que ser distribuídas nos armários e embaixo da cama), quanto mais um aspirador de pó! Aí que a ficha caiu -- que coisa mais retrógrada -- e lembramos do robô que o Girino queria.

Compramos pela internet, onde o Michael arrumou um desconto com um cupom online. Depois de uma semana de espera e mais 18 horas carregando na tomada... o roomba é simplesmente fantástico! Não tenho queixas apesar de ele às vezes encontrar dificuldade em voltar para a base. Nós também não "ajudamos", ele mora embaixo de um dos sofás da sala (menos coisa nos armários -- modernérrimo!), com vários percalços para chegar até lá. Claro que quando vemos ele correndo pelo apartamento como uma galinha sem cabeça tentanto chegar na base, nós acabamos dando uma mãozinha e levantando a poltrona pra ele passar com mais facilidade. Resultado: o roomba trabalha praticamente todos os dias -- ou seja, o apartamento está sempre limpo -- e com um mínimo de esforço da minha parte. Como diria o Homer (Simpson): eight thumbs up! Detalhe para os que têm animais de estimação: o roomba acaba virando brinquedo para eles. E é hilário.

Tuesday, October 23, 2007

De volta à rotina

Depois de um mês aqui decidi que seria interessante procurar algumas coisas para gastar meu precioso tempo. Ano passado fui voluntária em duas pré-escolas 3 vezes por semana. Agora que chegamos uma amiga de uma das escolas me perguntou se eu iria voluntariar de novo lá. Naaaaa... prefiro fazer alguma coisa que realmente vá fazer alguma diferença no mundo. Afinal, doar meu trabalho para instituições privadas que já cobram uma fortuna dos pais das crianças não é sinônimo de "small footprints".

Comprei a Washingtonian desta semana, convenientemente intitulada "60 Terrific Companies and Nonprofits" para ver se tinha algo interessante e encontrei a Food & Friends, que provê refeições ou compras de supermercado para aidéticos ou pessoas com doenças terminais. Mas o que mais gostei é que você pode escolher a atividade que prefere fazer: cozinhar, fazer as compras de supermercado, entregar a comida ou trabalho de escritório. Eu preferi ir para a cozinha (são turnos de apenas 3 horas) e você não precisa ser chef para trabalhar lá.

Outra coisa que me interessou e para a qual também me inscrevi, foi o Humane Society de Rockville, onde me inscrevi para trabalhar de fotógrafa (de novo, você não precisa ser profissional) tirando fotos dos animais para colocar no website deles. As fotos têm que ser legais para ganharem o coração dos futuros donos, imagina que bonitinho! Tomara que eu encontre uma noiva para o Muffin por lá.

Por fim, minha outra opção (estou disposta a fazer as 3 coisas pra falar a verdade) é trabalhar na ADL, a Anti-Defamation Leage. Como estrangeira, é muito difícil ver as passeatas anti-imigrantes e estrangeiros que às vezes rolam por aqui.

Terminando, o Muffin teve uma crise de regressão esta noite e voltou à primeiríssima infância, quando a criança não deixa ninguém dormir. O objetivo dele era claro: brincar às 3 da manhã. Conclusão, ele agora dorme de boca aberta enquanto nós passamos o dia bocejando. Minha vingança será maligna e nosso passeio matutino hoje durou 1 hora. Quero ver ele aguentar o segundo passeio esta noite, hehehe.

Friday, October 19, 2007















Vida Nova, Blog Novo


O meu tão negligenciado blog ganhou cara nova e nome novo. Tudo porque eu também estou de casa nova em um novo país etecétera e tal. Se alguém tiver interesse, posso até narrar a saga que foi chegar até aqui, mas só se os interessados se manifestarem (por skype também posso contar) pois a história é comprida. (Aliás, uma amiga minha daqui falou que vai gravar a gente contando a história -- igual o Kenji fez, imortalizando meu trauma numa madrugada em frente à casa do Xuxu ano passado -- e mandar para um programa de rádio que transmite esse tipo de narrativas malucas e verídicas uma vez por semana. Se rolar eu aviso.)

As novidades seguem: Tivemos visitas -- foi ótimo! -- e para fechar a semana o Michael foi atropelado. No fim, tudo bem, nada quebrado, mas o estrago foi fatal para a bicicleta.

Completamos um mês aqui e hoje fui organizar minha bolsa (i.e. a típica bolsa feminina que visa a criação da vida por meio do caos) que, com essa loucura toda estava cheia de papeizinhos: embalagens de bandaids, recibinhos etc. Enfim, esvaziei a bolsa toda e virei ela do avesso para tirar a sujeira quando ouvi: tlin tlin tlin! Olhei dentro: NADA. E sacudi: tlin tlin tlin tlin! Pensei... genteeeeee.... quando fui ver, tinha um furinho de uns 4 cm no bolso interno da bolsa. Enfiei meu dedo médio dentro e consegui puxar um baton desaparecido há meses! Puxei outra coisa: um gloss fantástico sumido há quase um ano! Puxei mais: as chaves da casa da minha mãe!!!! Estão aqui! (hahaha) -- Tinha ate mais coisa dentro... moedas do Brasil, prendedores de cabelo mil, grampos... Dei azar em não achar um furão novo dentro.

Falando em furão, o Girino encontrou um quadrinho muito legal ontem...

Sem mais por hoje, até a próxima!

Tuesday, May 22, 2007

O saco que deve ser viajar sozinha

Bem, como eu disse acima, deve ser um saco viajar sozinha. É claro, já viajei sozinha, mas sempre tive companhia no destino final. Nunca tive que ficar na piscina do hotel ou tomar café da manhã desacompanhada. Até que hoje, pela primeira vez, fiz isso. Tomei café com o Michael, mas logo depois ele foi para o congresso (SBBQ) e eu fui para a piscina. Sozinha. Até aí tudo bem. Levei meus livros e deitei, sob o lindo sol da Bahia, com vista para o mar azul, o que mais que eu poderia querer?

Antes de mais nada, gostaria de dizer que nem por um nanosegundo desviei meu olhar do meu livro. Isto posto, continuo a narrativa: Escuto, lá longe, um "señorita! señorita!". Obviamente pensei que não era comigo (eu não trabalho aqui!). E continuou: "señorita, eres de Salbador?... ei, señorita!". Olhei para a esquerda, não, sou do Sul. Ai, que erro... que besteira... devia ter fingido de surda. Daí a meia hora de "conversa unilateral" jogada fora em portunhol, recebi o primeiro convite para almoçar. Pelo discurso anterior, estava claro que o almoço era eu. Socorro. Comecei a ficar ansiosa, olhei em volta, ninguém iria me ajudar (e também já sou grandinha, já devia saber me defender). Agradeci o convite e disse que voltaria a ler. Então ouço em tom jocoso "que estudiosa eres!!". Meu sangue subiu. Não encontrei resposta, continuei lendo. "O que quieres comer? En que habitación estas?". O sujeito não tinha desconfiômetro nenhum!

Comecei a me vestir - e o sol estava ótimo - e a guardar minhas coisas - a piscina estava cheia, a água devia estar uma delícia - e na primeira chance que tive (quando ele sumiu, provavelmente para ir ao banheiro), fugi para o quarto. (Bem, aqui estou, na internet). Acontece que não consigo deixar de pensar o quão idiota eu sou. Tenho 29 anos e a única coisa que consigo fazer, além de dizer 5 nãos seguidos é fugir e me contentar em apreciar o sol, a piscina e o lindo mar pela janela do meu quarto de hotel.

Voltando à questão, ao assunto deste post: será que homens encontram dificuldades em viajar sozinhos? Resolvi pesquisar o assunto na net e descobri sites com dicas para viajantes solitárias: "o que é uma conversa à toa para você pode ser um convite para o sexo para outros", ou mesmo "não tenha medo de ser rude se o homem for muito persistente" e até "mesmo se for solteira, use uma aliança de casamento". Não sei porquê, mas imagino que um viajante do sexo masculino não tenha que se preocupar com esse tipo de coisa. Sozinho em uma piscina de hotel ele pode ser um executivo a trabalho aproveitando uma manhã livre. Já as mulheres sozinhas...

Monday, April 23, 2007

Dia 10 -

"Vimos a tal opera de Cantao e a musica e as fantasias eram muito interessantes. So nao ficamos ate o final porque acho que 1:30h de show cumpriu a funcao que queriamos. Como nao entendia nada que falavam pude prestar atencao e outros detalhes como por exemplo a coreografia, roupas, maquiagem e os movimentos das maos. As roupas eram muiiiito legais e como a maior parte dos personagens usavam mangas largas (muuuuuuuito largas) os atores prestavam bastante atencao na posicao das maos e consequentemente das mangas. As posicoes eram coreografadas de forma que cada ator ficasse sempre em posicoesmuito bonitas e as roupas esticadas (eles seguram a manga de um ladocom a mao contra-lateral e prende a manga ipsi-lateral com a mao domesmo lado). Enfim, parece que a coisa e muito complicada de memorizar e como a opera dura 3:30h os artistas devem ser todos genios! O teatroficava num super centro de artes a beira mar e do passeio pudemos ver a vista noturna de Hong Kong (o teatro ficava numa outra ilha chamada Kowloon)."

Para quem ficou, o feriado foi ótimo. Dormi horrores e vi um filme excelente chamado "Segredos de um Escândalo".

Saturday, April 21, 2007

8o. Dia -
Outra coisa que vimos ontem foi um suuuuuper mercado central (uns 8 quarteiroes de tamanho) que vende de tudo. Nos tiramos um monte de fotos mas eu acho que o mercado deles nao e para os fracos de estomago. Entre as varias coisas vendidas por la encontramos escorpioes vivos de todas as especies imaginaveis, todos os tipos de tartarugas (i.e. comida para eles), cobras (vivas), lagartixas,baratas, cigarras, cobras, centopeias, chifres, milhares de cogumelos (tudo isso seco). O mercado e considerado "insolito" segundo meu guia e e possivel observar os chineses abatendo animais e slaughtering em plena luz do dia. Alem deste mercado nos ja fomos em milhares de shoppings "oi" (em todos os lugares) onde e possivel comprar qualquer eletronico por uma fracao do preco dai ou de lojas normais. Outras coisas que visitamos nos ultimos dias foram a tumba de um imperador/museu que foi razoavelmente interessante e um parque com um monumento comemorando o primeiro presidente Chines (em 1912) com um predio/sala de concertos para mais de 3000 pessoas. O predio e todo em estilo chines e o parque muito bonito (tirei muitas fotos).

Comi uma maravilhosa paella de almoço. A família da Dê está definitivamente me alimentando muito bem.

Thursday, April 19, 2007

Dia 7 -

Os chineses são muito cordiais e prestativos mas eles não
entendem patavinas do que a gente fala. Para piorar, a maior parte não
lê caracteres ocidentais também....


No mais tudo ótimo. Parei de imaginar o Michael de roupinha (rather fashionable) a la Mao e agora o imagino andando pra lá e pra cá com cara de turista. Aqui no Brasil está tudo ótimo. Estou amando a temperatura e Muffin e eu temos dormido de edredon e cobertor. Haja frio!

Wednesday, April 18, 2007

Dia 6 -

Após muitos dias (e muitos telefonemas nervosos), a companhia de ônibus encontrou as malas. Hoje eles estavam por conta de comprar encomendas e comer dim sums. (Bem, eu gostaria de fazer um adendozinho: confesso que estava achando o máximo os dois estarem sem mala e terem tido que comprar roupas chinesas. Não tinha como conter meu riso imaginando os dois de uniformezinho verde a la Mao... e chapeuzinho também... ai, ai.)

Consegui encontrar umas coisas para comer no freezer e por isso me virei até bem nesse almoço. Meu pai levou meu carro no mecânico comigo e estou com o carro do Michael -- super conveniente, mas sem música.

Tuesday, April 17, 2007

Dia 5 -

Aparentemente as malas dos dois (Michael e Marcelo) foram extraviadas. Além disso, eles não têm conseguido fazer ligações internacionais (nenhum telefone do hotel faz esse tipo de ligação) e quando conseguem, tudo que se ouve é um sinal de fax. Eles estão com as pernas doloridas de tanto andar e até agora tudo que conseguiram ver foi um stand de pneus de uma das feiras. Ah, e imagino que estejam tendo um leve problema na comunicação com os chineses, já que o Michael ontem gritava no telefone (em meio ao sinal de fax): "ninguém nesse país fala inglês! ninguééém!"

Ontem fui dormir sem jantar pois os "já te vi" acabaram no almoço. O pior é que hoje também não tem almoço (e eu não vou cozinhar). Estou começando a perceber a diferença que faz, na minha vida, a ausência do Michael.

Monday, April 16, 2007

Dia 4 -

Sem notícias.

Pela primeira vez na vida dormi uma noite inteira de Domingo para 2a Feira (é que ele é insone nesses dias).

Sunday, April 15, 2007

Dia 3 -

Depois de 36 longas horas de viagem, o Michael chegou em Hong Kong. Ele foi direto do aeroporto para o centro de convenções (haja disposição!). Disse que a feira de eletrônicos é gigante e que o cartão de negócios está fazendo falta. (Inacreditável, Michael, que você viajou a negócios sem cartão!!!) Enfim, ele está sem banho há dois dias e está comendo um monte de comida chinesa.

Agora... eu estou feliz e descansada. Minha mãe veio pra minha casa para cozinhar feijoada vegetariana para mim. (ebaaa!) Uma amiga vem aqui à tarde e mais à noite vamos ao cinema. Life is good!

Saturday, April 14, 2007

Dia 2 -

Não sei se o Michael já chegou na China. Nenhuma notícia até agora.

Meu dia está sendo ótimo! Dormi mais de 8hs de sono (o que seria impossível se ele estivesse aqui), sendo que as duas últimas foram na companhia do novo master da casa, Muffin. Tive que preparar meu café da manhã (coisa que normalmente o Michael faz), mas foi tranquilo pois eu estava descansada. A aula de inglês foi ótima e inclusive ganhei um convite pra ir no show do Uakti, no Palácio das Artes. Ah, o melhor de tudo foi voltar para casa e tudo continuar exatamente no mesmíssimo lugar. Estou começando a perceber que a vida (temporária) sem o Michael é até agradável. No mínimo menos cansativa.

Friday, April 13, 2007

A Epopéia do Michael na China
(narrada por mim, que estou em BH)
e a minha jornada - de 26 dias - sem ninguém cozinhando para mim

Dia 1 -
Levei o Michael para o aeroporto. Ele irradiava alegria.

Voltei pra casa, preparei almoço para mim (meia hora pra preparar, 15 minutos comendo, 40 arrumando a bagunça), fui pra Cultura, voltei pra casa. Todas as vezes que voltei, a casa continuava exatamente igual (leia-se organizada) e percebi que isso é muito, muuuito bom.