Wednesday, May 10, 2006

Calma tarde de ceu azul. As abelhas, numa correria frenetica, voam de um lado para o outro, como se amanha nao fosse haver mais polem nenhum. Minha cabeca lateja, minhas costas doem e ainda assim sei que tenho um longo dia pela frente. E da janela as pessoas passam despreocupadas: uns desistem logo de ir a aula, no meio do caminho gramado e ficam por la. Deitam na grama e zzzzzzzzzzzzzzz.

Assim que cheguei, meus dias consistiam em intervalos de sono. O sono da noite, o do fim da manha e o da tarde - que geralmente durava a tarde toda, ate o Michael chegar em casa e me acordar. Eu mesma achava estranho ter sempre sono de sobra. Talvez tenha sido uma fase de reposicao de energia, energia Kcal e nao coisa de zen, reposicao de todo sono perdido por ansiedade.

Os sonhos, no entanto, continuam. Sonho com o dia em que verei os meninos novamente. Sonho em passar muitas tardes com minha mae. Sonho em ir na Aurea, minha cabeleireira. Sonho em ter filhos, netos, bisnetos. E sonho com as pessoas que estarao ao meu lado, ate o dia em que eu nao despertar mais.

Tuesday, May 09, 2006



Os gansinhos chegaram!


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Wednesday, May 03, 2006



A Gansa na Shady Grove


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Para a minha mãe

Eu queria te mostrar a cor dos pássaros que vejo. Rosa, vermelho, azul. Eu queria que voce acordasse com o canto deles também. Eu queria que você tivesse visto a gansa chocando os ovos no meio do estacionamento da estação de metro. Os carros estacionados e ela lá no meio, num canteiro de grama, com um ninho improvisado, pedaços de pão e uma maçã (provavelmente doada por alguém) ao lado. Ela feliz, não se mexia, só chocava.

Eu queria, minha querida, que você visse a ruas arborizadas, as casas coladas umas nas outras em Dupont. Eu queria que você passeasse pelas ruas de Georgetown com um sorvete nas mãos. Eu queria outra primavera ao seu lado, como aquela última: perfeita. Você veria os cervos na floresta, a coruja na varanda, os esquilos, minha casa, meu quarto. Você e eu riríamos e deitaríamos na grama atrás de casa. Nós conversaríamos e conversaríamos porque nunca ficaríamos sem assunto.

Eu gostaria de te ter por perto nesses momentos, que fazem parte dos melhores da minha vida. Eu queria te ter na minha memória não como mãe longe, não como distância dolorida, telefonema que mesmo quando é longo nao é o suficiente para matar, aniquilar, estraçalhar toda saudade que tenho.