Thursday, November 16, 2006

Porquê sou o que sou

Nesses últimos dois meses fui duas vezes ao sul do país visitar minha cidade natal. Imaginei que seria como nas outras vezes: eu ia ficar na casa de um tio dito maluco, com uma tia que adora me engordar e primos um tanto - hummm - diferentes. Descendo do avião, alguém acena e pula. Não, não é pra mim. Chegando mais perto, percebo que o aceno (e os pulinhos) podem até ser para mim. Aí o Michael não aguenta e grita "ooooi mauroooo!". Era pra mim.

Até aí tudo bem - afinal, o que há de errado numa recepção calorosa? Em 4 dias visitei 9 dos 10 irmãos da minha mãe e 2 dos 5 do meu pai. Foi intenso. Mas foram nos momentos de descanso, em que eu parava para relaxar - 100% das vezes sentada numa mesa cheia de maravilhas italianas - que pude perceber as similaridades entre eu (um ser por muitos considerado exótico pras bandas de Minas) e minha família. Fiquei chocada ao ver que finalmente, pela primeira vez na vida, tive a sensação de pertencimento. Tudo se encaixou assustadoramente, perfeitamente, avassaladoramente bem. Tive vontade de gritar É ISSO QUE SOU!, o que por sinal não teria causado espanto algum.

É de lá que eu sou, daí que eu vim, disso tudo que eu saí. Essa não é uma afimação gaudéria somente (eu sou do sul... a minha terra tem o céu azul... é só olhar e ver), mas também uma afirmação de raízes, ascendência, DNA. Eu que a vida toda vivi longe dos parentes nunca imaginei que acabaria ficando tão parecida com eles.

Um recado aos que me acham louca: vocês não conheceram o resto da família. E louca não: Mioranza. Entendido?