Sunday, January 09, 2005

Todo domingo

Todo domingo durmo até tarde e só acordo quando um furão começa a arranhar a porta da cozinha. Todo domingo tem gosto de preguiça, de almoço especial, de corrida na praça e suco natureba na lanchonete. E todo domingo parece ser mais quente do que os outros dias e sempre penso quem me dera ter uma piscina!

Acontece que ter esse tempo para pensar sempre me leva a uma certa depressão: os grandes enigmas que me rondam noite e dia dia e noite acabam me cercando e me vejo sem saída. Tenho mesmo que meditar, afinal hoje não tenho muito o que fazer, não tenho desculpa nenhuma para me dar, já que nada, nada mesmo - como eu odeio domingos! - precisar ser feito.

Estabeleço, dentro de mim - isso me soa tão louco! - que domingo é dia de relaxar, devo pensar na vida e nas minhas grandes questões assoladoras de alma outro dia. Uma sexta à noite, de chuva, seria perfeita. Ou um sábado de feriado, em que nada abre e me verei ilhada em casa. Aí sim quero ver os defeitos dessa minha vida. Enquanto esses dias perfeitos não vêm, quero curtir a vida a dois e observar o sono quieto dos furões. A guerra entre os dois está acabando aos poucos. Eles brigam quando o novato quer invadir o lugar especial do mais velho no sofá. Mas há pouco encontrei os dois dormindo juntos, nariz com nariz, tão lindos. Ah, a vida é boa e os domingos mais ainda.

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