Monday, April 24, 2006

Da janela vejo uma arvore cheia de folhas verdes (quase comum nessa epoca do ano). E, no meio da grama, os caminhos de concreto levam e trazem estudantes, mocos e mocas de saia (eles escoceses) e ate criancas de maos dadas num trenzinho desengoncado.

Da igreja vem os blem-blem-blem dos sinos e no predio em frente ao meu, as colunas greco-romanas brancas dao contraste ao predio de tijolos vermelhos. No ceu, nuvens acinzentadas ameacam chuva. Sente-se o vento frio cortando a pele - sim, eu sei, e primavera.

E primavera aqui e e primavera na vida. Sempre me pergunto se a essa altura do campeonato eu ja deveria ter feito mais de mim do que sou. Sera que ja deveria ter feito algo mais que um curso de sociologia e um diploma de CAE? Sim, se tivesse me orientado desde cedo para as recompensas financeiras. Creio que deveria ter tomado uma atitude mais, digamos, capitalista. Porem, eu que sempre curti a vida tranquila, minha casa, meus bichos, meu chao, preferi dividir o meu tempo em aulas e casa. "Olhai os lirios do campo!". Sempre penso nisso.

Na verdade, eu sempre olho os lirios (nao necessariamente eles, mas vejo as arvores) e penso que nada ha de faltar. Mas me confundo quando olho os passaros ou os esquilos: como trabalham! Sempre correndo (ou voando) para la e e pra ca atras de... comida, subsistencia. Sera que eu deveria correr mais? Sera que a dadiva divina so vem para os que estao plantados na terra? Se for assim...

Mas resisto em pensar que o futuro nao sera diferente. Tenho esse pensamento otimista de que tudo vai se arranjar com o tempo. A vida prova que as coisas se organizam da mesma forma que as dores passam: o tempo cura. Ou sera que nos acostumamos com tudo? Seja la como for, vai ser bom. Se o agora e otimo, por que nao ha de continuar assim?

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