A Raposa
Noite passada tive esse sonho mais pra pesadelo que, da minha janela, eu via uma raposa perseguindo dois furões selvagens (que na verdade eram Brownie e Muffin mas com um cabelinho mais arrepiado). Eu abri a porta e saí de meias, pisando na grama molhada para defender os bichos. Quando eu vi, a raposa tinha se transformado num lobo preto.
Então de manhã eu estava olhando pela janela quando vi uma raposa passeando na floresta, as folhas secas encharcadas da chuva da noite, e os brotos verdinhos em todas as árvores. Ela olhava de um lado para o outro e parecia feliz, satisfeita da vida. Mas em volta dela, a floresta estava muda. Sem nenhum outro bicho por perto, ela seguia num passinho contente.
Não consegui deixar de pensar em mim e nas minhas tardes sozinha. Me ocupo, mas a solidão às vezes arranha a garganta e o peito. Pisando nas folhas amarelas molhadas, corro sozinha, muitas vezes acordo sozinha. Almoço e passo o dia aqui, no silêncio máximo do meu minúsculo apartamento. Mas não deixo de seguir feliz.
2 comments:
volta pro violão clássico!
Ah, já tô velha demais pra isso!!!
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