Tem uma coruja na minha janela. Pequena, parruda, bege e branca, butucuda coruja. Essa manhã acordei com o canto de o que pareciam ser 50 passarinhos. Que barulho, levantei e abri as cortinas, todos cantando o que mais pareciam ser gritos (de passarinho), em pleno vôo e quando eu aparecia na janela, fugiam. E começava de novo, aquela passarinhada, todas as cores, tamanhos e tipos, reunidos em volta da rede e da cerca de madeira, cantando o que mais parecia ser um comício político de aves.
Desliguei os ouvidos e saí de casa. Quando voltei, a mesma história, eles não cansam!! Fiz então o meu próprio barulho, num protesto bobo. Liguei o aquecedor, passei aspirador no chão e por fim (eu me canso, afinal sou gente) liguei a música. No topo do volume das pobres "caixas", se é que posso chamá-las assim, do meu laptop, eu ainda ouvia o canto de um passarinho insistente. Resolvi ceder. No Brasil eu raramente ouvia tais cantos, eram só ônibus (que aliás tremiam o prédio todo), buzinas, música alta. Por isso, cedi. Desliguei a música para ouvir a música desta nova fase da minha vida. Uma fase agradável, tranquila, fresca, feliz.
Por curiosidade, olhei pela janela. Lá estava um micro-passarinho, no ar, cabecinha apontada pra cima, literalmente gritando. Pra quê tanta saliência, meu Deus?! Levantei e fui na porta da varanda (de vidro) para ver melhor e lá estava ele, pi pi pi pi pi pi! pi pi pi pi pi pi! Os olhinhos fixos pra cima, um grito de guerra. Olhei pra onde ele olhava e lá eu vi. Majestosa, comparativamente imensa, um olho aberto e outro fechado - a coruja!
1 comment:
lembrei da música da corujinha do arca de noé ;-)
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