Das diferenças culturais
(Atenção: socióloga extrapola no politicamente incorreto)
Tenho medo, muito medo dos americanos. Tenho medo de pisar no perfeito sidewalk deles e, sem querer, chutar uma pedrinha para o impecável canteiro de flores. Medo de olhar fixamente sem querer para eles ou para o carro deles. Tenho medo de pisar na grama do vizinho, de dizer bom dia, boa tarde, boa noite. Aliás, detesto meus vizinhos americanos brancos. Detesto os chineses também.
Os brancos americanos são agressivos. Duvida? Chega perto do carro deles, seja para atravessar a rua ou esperar alguém. Primeiro, eles assoviam: "fiuu! fiuu!", igual um guardador de carros brasileiro. Se isso não funciona vem o amigável: "get away!". Ok, supondo que você não percebeu que é com você: "get away from my f* car or I'll call the police!". Uns doces os brancos americanos.
Outra situação: você, sem querer, está no caminho de um branco americano. Big mistake! Ele vai gritar com você até você, estupefado, sair do caminho dele (o que aconteceu com o bom e velho "excuse-ME!!"?).
Agora os chineses. E por chinês, perdão, mas estou supondo que eles sejam realmente da china. Você está no metrô. O chinês entra e nem olha pra frente mas vai pisando nos pés de todo o mundo. Apesar de ser proibido comer no metrô, lá vai ele almoçar, sentadinho na cadeira, um sonoro yakisoba! Delicia!
Já que é pra ser politicamente incorreta, vou lenhar os vietnamitas também. Se tem um bicho fazendo ninho no quintal da casa do meu senhorio e este se tornar ciente de tal fato, oh, oh! O bicho será homeless assim que o senhorio perceber a presença do animal. Munido de uma vassoura, la vai o xuxu tocar os pombos, coruja ou passarinhos. "The last thing we need are rats!". Mas coruja come ratos, eu boba, argumentei!
Mas voltemos aos brancos americanos. Eu digo brancos porque tanto o chines quanto o vietnamita já são americanos. Vá ao starbucks por exemplo. Adoro o café, mas que povinho mais pretencioso! Agora eu sou obrigada a saber que o tall significa "small", o grande "medium" e por ai vai! Estude o vocabulário do Starbucks antes de fazer seu pedido porque os garçons têm pavio curto. Vai se complicar pra você ver, a pessoa que está atrás de você na fila pode ficar nervosinha...
Isso remete ao "the soup nazi", do Seinfeld. Aquele tipo de gente só existe aqui na América! Imagina se a pastelaria do Manoel, no centrão de Belo Horizonte, fosse tão picky assim. (Você não pronuncia muzzarela do jeito certo? No pastel for you!) O Manoel iria à falência, sem sombra de dúvida. Mas aqui, na terra das oportunidades, eles são linientes com esse tipo de comportamento. A agressividade é inclusive, muitas vezes, vista com bons olhos. Significa que você tem "drive".
Mas o que mais me irrita aqui na américa é a crescente xenofobia. Depois do 9/11 as coisas começaram a ficar complicadas para o lado dos estrangeiros. Um passo em falso e você é chamado de terrorista, ladrão, third world scum. Vejam a dificuldade que ficou conseguir uma carteira de motorista em Maryland depois do atentado(a saga está descrita no multiply do michael). Somos tratados como escória, até que se prove o contrário. Com o immigration act (em que o presidente fez discurso na tv e tudo mais), vimos os protestos dos americanos em frente à Casa Branca. É triste ler os cartazes. No dia seguinte houve o "dia sem mexicanos" em que a comunidade de imigrantes encorajou que ninguém fosse ao trabalho. A américa parou, não tinha pão nos restaurantes, a grama alta continuou assim, muitos lugares fecharam as portas por 24 horas por falta de staff. E aí você vê os pequenos empresários no noticiário elogiando seus funcionários. São as pequenas grandes contradições.
1 comment:
...que me dão medo
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